Maya

És um com Deus: Em tua alma levas teu paraíso O exterior, que te turva e entristece, Não cobra realidade senão em ti mesmo: Tu formas as imagens e logo as desejas trocando-as em ídolos. O resultado de tuas sensações para ti Constitui o Universo, e são tuas sensações Qualidades puras de teu entendimento moral. Não há objetividade senão em ti próprio Tu somente és teu fim e teu começo. A personalidade é ilusão das formas efêmeras; Os vasos que contem a água são distintos na aparência, Mas um é o oceano que os enche E ao qual o nobre líquido haverão de restituir em breve prazo. O fenômeno (relatividade entre tu e a matéria) Por ti tem vida, mas tu desdenha-o, Recolhe-te em ti mesmo: verás que não te fere e já livre teu Espírito de Maya, Em divina quietude nadará sempre. Amado Nervo

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